Robert Eggers, conhecido por obras como “A Bruxa” e “O Farol”, nos presenteia com sua versão de “Nosferatu”, um clássico do terror de 1922. Com um elenco de peso, incluindo Bill Skarsgård como o enigmático Conde Orlok e Lily-Rose Depp como Ellen Hutter, o filme mergulha profundamente no horror gótico, mantendo a atmosfera sombria e opressiva que caracteriza o trabalho de Eggers.
A trama segue Thomas Hutter (Nicholas Hoult), um agente imobiliário que viaja à Transilvânia para negociar com o misterioso Conde Orlok. Enquanto isso, sua esposa Ellen enfrenta estranhos eventos em sua cidade natal, culminando na chegada de Orlok e no caos subsequente. Eggers mantém-se fiel ao enredo original, mas adiciona camadas de profundidade psicológica e simbolismo, explorando temas como desejo, possessão e a fragilidade da sanidade humana.
A direção de arte é um espetáculo à parte. Os cenários, desde o castelo decadente de Orlok até as ruas sombrias da cidade, são meticulosamente detalhados, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo bela e aterrorizante. A fotografia utiliza sombras e iluminação de forma magistral, evocando o expressionismo alemão e homenageando o filme original.
As atuações são outro ponto alto. Bill Skarsgård entrega um Conde Orlok que é simultaneamente repulsivo e hipnotizante, evitando a romantização comum em vampiros modernos. Lily-Rose Depp surpreende como Ellen, trazendo uma performance intensa que transita entre a vulnerabilidade e a possessão demoníaca. Nicholas Hoult complementa o trio com uma atuação sólida, retratando um homem dividido entre o dever e o desespero.
No entanto, apesar de suas qualidades, o filme não é isento de críticas. Alguns apontam que a narrativa pode ser lenta em determinados momentos, com uma construção gradual que pode testar a paciência de espectadores acostumados a ritmos mais acelerados. Além disso, a fidelidade ao material original, embora admirável, levanta questões sobre a necessidade de mais uma adaptação de “Nosferatu” e o que ela acrescenta ao cânone cinematográfico.
Em termos de bilheteria, “Nosferatu” teve um desempenho sólido, arrecadando $69,4 milhões nos Estados Unidos e Canadá, e $31 milhões em outros territórios, totalizando $100,4 milhões mundialmente. Esses números refletem o interesse contínuo do público por obras de terror de qualidade e a reputação crescente de Eggers como cineasta.
A recepção crítica foi majoritariamente positiva. No Rotten Tomatoes, o filme possui uma aprovação de 85% com uma média de 8,1/10, baseada em 262 avaliações. No Metacritic, a pontuação é de 78/100, indicando “críticas geralmente favoráveis”. Críticos elogiaram a direção de Eggers, a atmosfera criada e as performances do elenco, especialmente de Lily-Rose Depp. No entanto, alguns mencionaram que o filme poderia ter se beneficiado de uma abordagem mais inovadora, ao invés de se manter tão próximo ao original.
Em resumo, “Nosferatu” de Robert Eggers é uma obra que combina respeito pelo clássico com a visão única do diretor. Embora possa não oferecer inovações radicais, entrega uma experiência cinematográfica rica em atmosfera, performances marcantes e uma profundidade temática que convida à reflexão. Para os fãs de terror gótico e do trabalho de Eggers, é uma adição valiosa ao gênero.
