A série Outlander é uma mistura de ficção e eventos históricos, mas a precisão histórica nem sempre está 100% no ponto. Apesar de trazer romances como seu grande atrativo, a produção também entrega ação, drama, atuações memoráveis e roteiros bem escritos. E o mais bacana é que, mesmo sendo uma mistura de fantasia com ficção histórica, Outlander ainda consegue acertar em muitos detalhes do passado. Mas, como toda obra de ficção, algumas coisas são criadas para o entretenimento, e isso acaba gerando um ou outro deslize histórico.
Durante a série, Outlander conseguiu educar o público sobre vários acontecimentos históricos enquanto nos prendia com suas batalhas intensas e romances apaixonantes. Mas, claro, quem é antenado em história já deve ter notado algumas liberdades criativas no retrato de guerras e eventos. Vamos dar uma olhada no que foi acertado e onde a produção viajou na maionese!
Acertos Históricos de Outlander
1. Os castelos são reais
Nada de CGI ou sets artificiais – os castelos que aparecem em Outlander são locações reais na Escócia. Por exemplo, o Castelo Leoch, lar do tío de Jamie, Colum Mackenzie, é, na verdade, o Doune Castle, construído no século XIV. Outro exemplo é o Blackness Castle, que na série se tornou o temido Forte William. Esse castelo serviu como uma fortaleza de artilharia no século XV e tem uma história impressionante.

2. A Batalha de Culloden realmente aconteceu
A famosa Batalha de Culloden, que marcou a história e a trama da série, aconteceu em 16 de abril de 1746. Liderados por Bonnie Prince Charlie, os jacobitas enfrentaram as forças britânicas e sofreram uma derrota devastadora. A representação da batalha na série é bastante fiel – tirando, claro, os personagens fictícios envolvidos.

3. Um soldado Fraser sobreviveu à Batalha de Culloden
Jamie Fraser foi inspirado em um soldado real que sobreviveu a Culloden. Diana Gabaldon, autora dos livros, baseou o personagem em relatos de um Fraser que escapou da execução dos jacobitas. Essa ligação histórica traz um toque extra à narrativa de Jamie.

4. Mulheres eram tratadas como propriedade
Na Escócia do século XVIII, as mulheres viviam em uma sociedade patriarcal onde eram vistas como propriedade dos homens. Outlander retrata bem essa realidade, especialmente nos primeiros episódios, quando Jamie acredita que tem o “direito” de disciplinar Claire por suas ações. Felizmente, Claire não deixa barato e ensina a Jamie que o relacionamento deles deve ser baseado em parceria.

5. Curandeiras existiam
Sem hospitais ou tratamentos modernos, as pessoas dependiam de curandeiras e remédios naturais. Claire usa seu conhecimento médico moderno para se adaptar à realidade da época, algo que a série retrata com precisão.

6. Superstições eram comuns
Os escoceses do século XVIII tinham uma forte crença em mitos e superstições. A série aborda isso em várias cenas, como na celebração do Samhain, o “Dia dos Mortos” celta, e nas referências a fadas e bruxas. Essa representação é bem fiel ao pensamento da época.

7. As roupas femininas eram fieis ao período
O trabalho da figurinista Terry Dresbach é impressionante. Os corsets apertados, saias volumosas e tecidos da época transportam os espectadores para o século XVIII. Vale destacar que até os tecidos precisaram ser criados, já que materiais do tipo não estão à venda hoje em dia.

Onde Outlander Errou na História
1. Os julgamentos de bruxas já haviam acabado
Na série, Claire e Geillis enfrentam um julgamento por bruxaria, mas o último julgamento oficial na Escócia aconteceu em 1727 – quase 20 anos antes dos eventos da trama. Além disso, leis aprovadas na década de 1740 proibiam essas acusações.

2. As pedras de Craigh Na Dun não existem
Infelizmente, não há pedras como as de Craigh Na Dun para nos transportar no tempo. Elas foram criadas com isopor e pintadas para parecerem autênticas. Mas há várias formações similares espalhadas pela Escócia, embora sem os “poderes mágicos” da série.

3. Higiene não era prioridade
A realidade do século XVIII era bem menos glamourosa do que a série mostra. Naquela época, não existiam escovas de dentes, sabonetes ou banhos regulares. Mas, claro, mostrar isso tornaria as cenas românticas bem menos atraentes.

4. Os tartans estão nas cores erradas
Os kilts de Jamie deveriam ser vermelhos e verdes, como os tartans do clã Fraser de Lovat. Na série, eles aparecem em tons de azul e cinza – uma escolha criativa justificada pelo alto custo dos corantes vermelhos na produção.

5. Claire poderia ter usado tratamentos mais avançados em Paris
Na segunda temporada, enquanto está em Paris, Claire recorre a remédios naturais, mas a França do século XVIII tinha tratamentos médicos mais avançados do que os mostrados na série. Essa escolha criativa serviu para aumentar o drama, mas não foi fiel à história.

6. A guerra não era apenas entre Escócia e Inglaterra
Embora a série retrate a revolta jacobita como uma luta entre escoceses e ingleses, na realidade, nem todos os escoceses apoiavam os jacobitas. Muitos estavam do lado dos britânicos, e os próprios jacobitas eram, em sua maioria, Highlanders.

Apesar das liberdades criativas, Outlander consegue misturar realidade e fantasia de forma magistral, criando uma experiência envolvente para os fãs. E você, o que acha dessas escolhas?